Moby by me @ HouseMag

Já era quase meia-noite de sábado (17abr) quando termino meu set e o DJ, produtor e multiinstrumentista norte-americano Richard Melville Hall, mundialmente conhecido como Moby, surge no palco montado ao lado do Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, acompanhado por sua banda, composta quase que exclusivamente por mulheres, com exceção do baterista. O show foi o primeiro de quatro apresentações ao vivo no Brasil da turnê de divulgação do seu mais recente álbum "Wait for Me" e contou ainda com participação dos principais DJs e VJs da cidade.

Moby começou a apresentação com "Extreme Ways", da trilha sonora do filme Identidade Bourne, e emendou uma eficiente mistura de eletrônica, rock, blues e folk. "Bodyrock" sacudiu a platéia, estimada em em cerca de 30 mil pessoas. A sequência de hits dos álbuns "Play", "18", "Hotel", "Last Night", "Wait for Me", entre outros mais antigos, que juntos já venderam mais de 10 milhões de cópias, era impressionante.

O popstar se movimentou freneticamente por todo o palco. Algumas vezes utilizou um instrumento percussivo, mas na maior parte do tempo ele apenas cantou ou tocou guitarra, como na melancólica e bela "Why does my heart feel so bad", executada pela competente vocalista Joy Malcom, da banda de apoio. Após a calmaria, começa "Go", clássico de 1991 que alcançou o top 10 das paradas britânicas e virou hino das raves.


Demonstrando simpatia o tempo todo, ele arriscou frases em português para se comunicar melhor com o público. Mas foi em inglês que ele dedicou a música seguinte para Brasília pelo aniversário de 50 anos. "Porcelain" surgiu como morfina para alívio da dor e teve performance de bailarinas aéreas, que sobrevoavam a público penduradas em cabos de aço. Pura emoção e delírio coletivo.

Além das já clássicas "Raining Again", "Natural Blues", "Lift Me Up", "Slipping Away", "Disco Lies", e "Pale Horses", entre outras, o show contou ainda com covers de "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin, e "Walk on the Wild Side", do Lou Reed, para delírio geral do público, que aplaudiu muito ao final da apresentação com mais de 1h30 de duração.

*Este texto foi escrito para a próxima edição da revista catarinense House Mag # 17

** Foi no mínimo irresponsável o comentário de que o show em Brasília teria sido "playback". O uso de algumas bases pré-gravadas não significa necessariamente um playback. Todas as quatro apresentações no Brasil foram largamente elogiadas pela crítica e público pelo nível de qualidade técnica de toda a banda e do artista.