
Moby começou a apresentação com "Extreme Ways", da trilha sonora do filme Identidade Bourne, e emendou uma eficiente mistura de eletrônica, rock, blues e folk. "Bodyrock" sacudiu a platéia, estimada em em cerca de 30 mil pessoas. A sequência de hits dos álbuns "Play", "18", "Hotel", "Last Night", "Wait for Me", entre outros mais antigos, que juntos já venderam mais de 10 milhões de cópias, era impressionante.
O popstar se movimentou freneticamente por todo o palco. Algumas vezes utilizou um instrumento percussivo, mas na maior parte do tempo ele apenas cantou ou tocou guitarra, como na melancólica e bela "Why does my heart feel so bad", executada pela competente vocalista Joy Malcom, da banda de apoio. Após a calmaria, começa "Go", clássico de 1991 que alcançou o top 10 das paradas britânicas e virou hino das raves.

Demonstrando simpatia o tempo todo, ele arriscou frases em português para se comunicar melhor com o público. Mas foi em inglês que ele dedicou a música seguinte para Brasília pelo aniversário de 50 anos. "Porcelain" surgiu como morfina para alívio da dor e teve performance de bailarinas aéreas, que sobrevoavam a público penduradas em cabos de aço. Pura emoção e delírio coletivo.
Além das já clássicas "Raining Again", "Natural Blues", "Lift Me Up", "Slipping Away", "Disco Lies", e "Pale Horses", entre outras, o show contou ainda com covers de "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin, e "Walk on the Wild Side", do Lou Reed, para delírio geral do público, que aplaudiu muito ao final da apresentação com mais de 1h30 de duração.
*Este texto foi escrito para a próxima edição da revista catarinense House Mag # 17
** Foi no mínimo irresponsável o comentário de que o show em Brasília teria sido "playback". O uso de algumas bases pré-gravadas não significa necessariamente um playback. Todas as quatro apresentações no Brasil foram largamente elogiadas pela crítica e público pelo nível de qualidade técnica de toda a banda e do artista.